A globalização promove vários fenômenos, entre eles, o consumismo, o materialismo e, consequentemente, o capitalismo. Em pesquisas recentes, contatou-se que os jovens brasileiros têm sido os principais alvos do setor mercadológico, promovido pelo desenvolvimento de produtos atraentes e pelas provocantes campanhas publicitárias.
Na verdade, o consumo não está mais ligado à necessidade e, sim, à aparência. Cada vez mais, percebe-se a importância despendida aos bens materiais, ou seja, a priorização do ter ao ser.
Será que investir em Educação não seria mais prudente? Investir em educação e na formação de um cidadão mais consciente das suas necessidades reais.
O consumismo e o estimulo do governo é desregrado, exagerado, compras infindáveis são realizadas diariamente e isso demonstra um direcionamento oportunista que procura induzir as pessoas para a busca da felicidade, felicidade através da compra, prazeres momentâneos. Será que isso é felicidade?
Bauman afirma em seu livro a Vida a Crédito que o capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento. Mas não pode fazer isso sem prejudicar o hospedeiro, destruindo assim, cedo ou tarde, as condições de sua prosperidade ou mesmo de sua sobrevivência.
É triste perceber que a única ação contra crise do Brasil seja estimular a compra de carros, presente, celulares, etc. Isso é uma estimulação para o aquecimento da economia ou uma estimulação ao endividamento da população. Cadê a preocupação com o Meio Ambiente e a saúde financeiras das famílias e dos jovens? Estimular as compras e não investir em Educação financeira da população. Que sociedade é esta que prefere comprar futilidades ao invés de ajudar o próximo.
Portanto, surge um alerta, pois o consumo desregrado aumenta o endividamento pessoal das famílias. Para Slomp (2008), o endividamento é um reflexo da sociedade de consumo e caracteriza-se como um problema de ordem social e não individual.
Neste sentido, o consumidor necessita de ajuda para não sucumbir em endividamento familiar. A educação tributária e fiscal é uma possível alternativa, uma vez que visa à formação plena do jovem, possível chefe de família. Isto é, um projeto direcionado ao jovem com o foco de conscientizá-lo do consumo, deixando-o distante do endividamento crônico que assola a sociedade brasileira.
Para Costa (2002), o endividamento crônico ou superendividamento é a impossibilidade global de o devedor pessoa física, consumidor, leigo e de boa-fé, pagar todas as suas dívidas atuais e futuras de consumo (excluídas as dívidas com o Fisco, oriundas de delitos e de alimentos). Para Martins (2007), o capitalismo na verdade desenraiza e brutaliza a todos, excluiu a todos. Na sociedade capitalista essa é uma regra estruturante: todos nós, em vários momentos de nossa vida, e diferentes modos, dolorosos ou não, fomos desenraizados e excluídos. É próprio dessa lógica de exclusão e inclusão. A sociedade capitalista desenraíza, exclui, para incluir, incluir de outro modo, segundo suas próprias regras, segundo sua própria lógica.
Assim posto, fico espantado e estarrecido quando percebo pessoas comprando por US$ 18.000 uma calcinha usada pela Elizabeth II. Por que razão? Veja no link a matéria: http://bit.ly/JubB5q
Enquanto isso, o jovem não consegue seguir seus estudos por falta de oportunidade, pessoas morrem por não terem alimento ou sequer água potável para beber. Que sociedade é esta? Será que esta pessoa que comprou a calcinha da Elizabeth II iria ajudar em um projeto social, projeto educacional, apoiar um fundo rotativo de bolsas, ser voluntária em alguma atividade, será?
Ao ler as obras de Bauman Modernidade Líquida, Vida para Consumo, Capitalismo Parasitário, Vidas Desperdiçadas e agora Vida a Crédito, fica a pergunta por quê e até quando? Quando vamos voltar a valorizar o SER e não o TER?
Nesta última obra de Bauman a sociedade contemporânea passou a focar no consumo desregrado, homens, mulheres, velhos e jovens, se transformaram em uma nova raça, raça de consumo/devedores. Tudo isso ameaça o bem social e ambiental da humanidade.
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