terça-feira, 5 de julho de 2011

Competência e qualificação na Educação Profissional

Para Gonzalez (1996), as competências envolvem a iniciativa, a criatividade, a vontade de aprender, a abertura às mudanças, a consciência da qualidade e das implicações do trabalho, isto é, implica o envolvimento da individualidade na nova organização da empresa e do mercado.

A temática das competências começou a ser discutida no mundo empresarial a partir dos anos 1980 como uma nova alternativa para a organização dos proces-sos produtivos. Por meio dela, passa-se a enfatizar a individualidade do trabalhador e não mais as atribuições do posto de trabalho ocupado pelo indivíduo.

Para Gonzalez (1996), a imprevisibilidade no trabalho requer a mobilização de saberes, de inteligências e de competências, isto é, da individualidade. Nesta lógica, a individualidade do trabalhador passa a ocupar um lugar de destaque.
Deluiz (2005) define, competência refere-se a saberes ou conhecimentos for-mais, que podem ser traduzidos em fatos e regras, o saber fazer, que pertence à esfera dos procedimentos empíricos, como as receitas, os truques de ofício, e que se desenvolvem na cotidiana de uma profissão e ocupação; finalmente o saber-ser, compreendido como saber social ou do senso comum, que mobiliza estratégias e raciocínios complexos, interpretações e visões de mundo.
Para Duarte (2010), as competências profissionais representam uma lógica contemporânea, relativamente recente, que emerge nas últimas décadas do século XX, em meio às turbulências econômicas, à emergência das técnicas de base mi-croeletrônica e a um acirramento sem precedentes da concorrência num mercado que se torna cada vez mais segmentado e globalizado. É também uma lógica em evidência, tanto no mundo dos negócios quanto no meio escolar, isto é, orientando tanto a gestão empresarial quanto a elaboração de currículos escolares.

Para Ramos (2001) competência é um saber interiorizado de aprendizagens orientadas para uma classe de situações escolares ou profissionais que permite ao indivíduo enfrentar situações e acontecimentos com iniciativa e responsabilidade na vida em sociedade.

Duarte (2010), também associa as competências profissionais como uma ló-gica contemporânea, relativamente recente, que emerge nas últimas décadas do século XX, em meio às turbulências econômicas, à emergência das técnicas de base microeletrônica e a um acirramento sem precedentes da concorrência num mercado que se torna cada vez mais segmentado e globalizado.

Segundo Tomasi (2004), as demandas por competências estão relacionadas a uma desestabilização dos sistemas de produção que marcaram o mundo do capi-tal. Para o autor, o surgimento desta lógica traduz acontecimentos ocorridos no mundo do capital que apontam para um esgotamento da lógica taylorista, seguida de uma desestabilização dos sistemas de produção, marcados pela instabilidade e pela incerteza.

Nesta lógica das competências o conhecimento, atitude e as habilidades são formas requeridas no atual ambiente de trabalho. Segundo Duarte (2010), a lógica das competências tem orientado as diretrizes curriculares nacionais para a educa-ção profissional de nível técnico e para a educação profissional de nível tecnológico. Os documentos normativos do Conselho Nacional de Educação (CNE) assumiram como orientação para a organização curricular da educação profissional, o compromisso com o desenvolvimento das competências profissionais, caracterizando-as como capacidade individual do cidadão trabalhador para “articular, mobilizar e colocar em ação valores, habilidades, atitudes e conhecimentos necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho e pelo desenvolvimento tecnológico”. (ZARIFIAN, 2003, p. 14).

Neste sentido, a educação profissional, pautada pela lógica das competên-cias, tem do atual governo federal uma grande aposta de formação para as novas demandas do capitalismo. Pois é pretensão desta formação, formar jovens para di-versos setores com grandes dificuldades de contratação de pessoal, bem como o grande número de jovens com dificuldade de inserção ao mercado de trabalho. Neste sentido, o Ministério do Trabalho iniciou em meados de 1995, uma série de estratégias articuladas em comum acordo com as secretariais estaduais de educação, bem como com diversas instâncias da sociedade. A meta era atingir até o ano de 1999 cerca de 15 milhões de pessoas ano, chegando atingir cerca de 20% da população ativa no Brasil.

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