quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DESEMPREGO E A EXCLUSÃO SOCIAL DO JOVEM!

Em recente publicação (IPEA, 2010) – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada revelou os números do desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior do que entre os trabalhadores considerados adultos, com mais de 25 anos de idade. A taxa utilizada pelo estudo é de 2005, pois pretende tecer comparação com anos anteriores. Em 1990 o desemprego dos jovens era de 2,8, em 1995 a taxa subiu para 2,9e em 2000 o desemprego dos jovens era três vezes maior ao dos adultos.

Estes números são reveladores e preocupantes, e as evidências do elevado desemprego entre os jovens brasileiros deixam claro a necessidade de programas sociais voltados para superar essa realidade, afinal o desemprego nesta etapa da vida colabora para a instalação da vulnerabilidade destes jovens que podem acabar participando de grupos de risco onde estarão muitas vezes expostos a clandestinidade e a possibilidade de criminalidade. Neste contexto, Baumann (2004) revela que esses homens e mulheres não apenas perdem seus empregos, seus projetos, seus pontos de orientação, a confiança de terem controle de suas vidas, também se vêem despidos da sua dignidade como trabalhadores, da auto-estima, do sentimento de serem úteis para a sociedade.

Neste cenário para Martins (2007), o capitalismo na verdade desenraiza e brutaliza a todos, excluiu a todos. Na sociedade capitalista essa é uma regra estruturante: todos nós, em vários momentos de nossa vida, e diferentes modos, dolorosos ou não, fomos desenraizados e excluídos. É próprio dessa lógica de exclusão e inclusão. A sociedade capitalista desenraiza, exclui, para incluir, incluir de outro modo, segundo suas próprias regras, segundo sua própria lógica.

A sociedade moderna está criando uma grande massa de população sobrante, que tem pouca chance de ser de fato reincluída nos padrões atuais do desenvolvimento econômico. Em outras palavras, o período da passagem do momento da exclusão para o momento da inclusão está se transformando num modo de vida, está se tornando mais do que um período transitório. (MARTINS, 2007, p.33).

Desta forma, só existe um caminho para a inclusão social do jovem, ou seja, a inclusão social - É efetivada por meio de políticas públicas, que além de oficializar, devem viabilizar a inserção dos indivíduos aos meios sociais (PACIEVITCH, 2010).

Sugiro políticas públicas para a educação profissional, pois irão proporcionar emprego digno ao jovem, renda e tão logo a sua inserção no ensino superior.

Neste tocante, a política da educação e emprego garante a empregabilidade do jovem que segundo Minarelli (1995), é a capacidade de adequação do profissional às novas necessidades e dinâmica dos novos mercados de trabalho, neste sentido estar qualificado é um importante fator de competitividade no mercado atual. A não garantia de emprego e trabalho põe em risco os jovens, pois não conseguem o reconhecimento da sua dignidade através do mesmo, tão logo estão em risco de exclusão social. Para a Unesco (2003) a exclusão afeta o acesso à cidadania.